} Crítica Retrô: No Entardecer da Vida / Forever Female (1953)

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Friday, April 15, 2016

No Entardecer da Vida / Forever Female (1953)

Você já imaginou como um grande filme da história do cinema seria se pertencesse a outro gênero? Por exemplo: e se “A Malvada / All About Eve” (1950) fosse uma comédia? Bem, neste caso nem precisa imaginar: “No Entardecer da Vida / Forever Female” (1953) tem muitos pontos em comum com a obra-prima dos bastidores do teatro!
A última peça de Beatrice Page (Ginger Rogers) foi duramente criticada, mas a atriz foi descrita como “radiante” nos jornais. Quem não concorda com isso é o dramaturgo Stanley Krown (William Holden), que, quando perguntado pela própria Beatrice, diz que faltou humildade na atuação da moça. Outra coisa que Stanley e seu agente observam é que Bea era velha demais para interpretar uma moça de 29 anos.
A nova peça de Stanley acaba esquecida numa mesa de restaurante, e o ex-marido e sempre produtor de Bea, Harry Phillips (Paul Douglas) leva o texto para casa para lê-lo. Na manhã seguinte, ele decide produzir a peça de Stanley, mas com uma condição: que o autor mude a idade de uma das protagonistas, uma pianista de 19 anos, para 29 anos, para que assim Bea possa interpretá-la.
Mas quem também quer o papel da jovem pianista é Sally Carver (Pat Crowley), uma atriz iniciante que muda seu nome artístico toda vez que seus negócios não dão certo. Sally fará de tudo para conseguir o papel, e durante seus esforços decide disputar com Bea também o amor de Stanley.
William Holden deveria ter aprendido que ser dramaturgo não é fácil com “Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard” (1950). Holden fez muito mais dramas que comédias durante sua carreira, e mesmo aqui ele é o que tem menos falas e situações cômicas. Juntos, Ginger Rogers e Paul Douglas são excelentes na comédia, e é uma pena que a carreira de Paul Douglas no cinema tenha durado apenas dez anos.
Pat Crowley faz sua estreia no cinema, e por sua atuação ganhou o Globo de Ouro de “Novata mais Promissora”, categoria extinta em 1983. Pat, entretanto, não fez tanto sucesso na tela grande e se dedicou mais às séries de televisão. Pat tinha 20 anos quando fez “No Entardecer da Vida / Forever Female” e é um excelente contraponto a Ginger Rogers, então com 42 anos. Ginger ainda está linda e radiante, mas sabemos como Hollywood e a Broadway funcionam: depois dos 40, os papéis mínguam para as mulheres.
O que impede “No Entardecer da Vida / Forever Female” de estar no mesmo patamar de “A Malvada / All About Eve” é a escolha de misturar romance na história, e fazer dele o novo foco. Vez ou outra, nesta curiosa história de amor, até torcemos por Sally e todas as suas maluquices verdadeiramente apaixonantes.
“Forever Female” é uma grata surpresa na filmografia de seus astros. Divertido na medida certa, sem esquecer o debate sobre como é difícil envelhecer no show business, é um filme do qual você pode nunca ter ouvido falar – mas que merece ser visto.


This is my contribution to The Golden Boy Blogathon, hosted by my friend Virginie at The Wonderful World of Cinema.

2 comments:

Virginie Pronovost said...

I've always loved seeing William Holden in comedies! I haven't seen this one (as a matter of fact I almost did the other day when I borrowed it at the library but finally didn't have time). I really enjoyed your lovely article. Thanks so much for your participation to the blogathon! :)

Didi Cesário said...

There's a Carmen Miranda movie (she's a sencondary part in this movie) that goes on the same line ...

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